A classificação das farinhas é tipicamente determinada pelo grau de refino do grão, que pode variar de fino a grosso, e pelo teor de cinzas, que indica a quantidade de sais minerais presentes. Estes minerais são mais concentrados na camada externa do grão de trigo, portanto, quanto mais farelo estiver presente na farinha, maior será o seu teor de cinzas.

 

Explicando o conteúdo de cinzas
Para estabelecer o teor de cinzas da farinha, uma quantidade fixa da farinha é queimada e o que resta após esse processo é a 'cinza'. O valor que resta é expresso como uma porcentagem do valor fixo original. As cinzas consistem em minerais que são deixados após a queima, para que não queimem.
É uma forma de determinar a qualidade/pureza da farinha. Um maior teor de cinzas indica que a farinha contém mais germe, farelo e endosperma externo. Menor teor de cinzas indica que a farinha é mais refinada. Como você pode ver na tabela acima, a farinha de trigo integral tem o maior teor de cinzas.

 

No Brasil, até 1990, a produção de farinha de trigo era rigidamente controlada pelo Estado, que visava a autossuficiência na produção de trigo, embora sem sucesso. A importação de trigo era permitida apenas na ausência de produto nacional, e a ênfase era dada à quantidade, não à qualidade. Como resultado, a farinha brasileira tem apenas três categorias de classificação, um contraste com outros países.

Atualmente, a indústria brasileira está atenta às mudanças nos hábitos dos consumidores. No entanto, a demanda por farinhas de alta qualidade ainda é vista como um segmento de mercado especializado.

 

 

Denominação Indicação de uso Teor mín. de proteína
TIPO 1 Uso geral, para massas frescas, para confeitaria e para panificação 7,5%
TIPO 2 Mais amarelada, dificilmente encontrada em mercados e mais utilizada pela indъstria, para produзгo de biscoitos 8,0%
INTEGRAL   8,0%
PRÉ MIX COM FERMENTO Farinha de trigo misturada com fermento químico, indicada para bolos (são os famosos Pré Mix) 7,5%

 

Itália: A classificação da farinha italiana segue a numeração 00, 0, 1 e 2. Ela é baseada no teor de cinzas e no grau de moagem.

Denominação Indicação de uso Teor mín. de proteína Teor máximo de cinzas

TIPO 00

Confeitaria 9% 0,55%
TIPO 0 Pгes, pizzas, massas frescas e brioches 11% 0,65%
TIPO 1 Pгes artesanais e rъsticos 12% 0,80%
TIPO 2   12% 0,95%
INTEGRAL Massas e pгes integrais 12% 1,70%

 

Argentina

Na Argentina e em muitos países da América do Sul, excluindo o Brasil, a classificação da farinha segue uma sequência de zeros e não está relacionada com os zeros das farinhas italianas. A farinha 00 argentina é totalmente diferente da 00 italiana.

Denominação Indicações de uso Teor mínimo de proteína Teor máximo de cinzas
Tipo 0000 Confeitaria, pizzas, panificação, massas frescas   0,49%
Tipo 000 Panificação, bolos e tortas   0,65%
Tipo 00 Panificação   0,80%
Tipo 0 Panificação Artesanal e Pães rústicos   1,10%
Tipo ½ 0 Pães e massas integrais   1,50%

 

França

Os números das farinhas francesas também indicam o teor de cinzas (em miligramas), mas usando como referência 10 g de farinha e não 100 g. Sendo assim, eles são um fator decimal baixo dos tipos alemães.

Denominação Indicações de uso Teor mínimo de proteína Teor máximo de cinzas
T55 Confeitaria, pizzas, panificação, massas frescas 9,0% 0,50%
T65 Panificação, bolos e tortas 10% 0,65%
T70 Panificação 10% 0,80%
T80 Panificação Artesanal e Pães rústicos 14% 1,10%
T110 Pães e massas integrais 15% 1,20%
T150 Pães e massas integrais 13% 1,50%

 

Fonte: Accademia Italiana della Farina